Esta quinta feira, 31 de julho, teve lugar uma reunião com os responsáveis CLUP, na qual estiveram presentes Catarina Martins, João Teixeira Lopes, José Soeiro e Victor Pinto, estes dois últimos em representação da CCD Porto, que promoveu o encontro.
Lamentando que a "verba extra para os centros mal avaliados" anunciada pelo ministro da Educação e Ciência se destine "a encerramentos", Catarina Martins defendeu que esta avaliação, que "é um corte de financiamento", "exclui centros de investigação com argumentos como `dedica-se à língua portuguesa`, `tem muitos investigadores portugueses`, `esse tipo de investigação não pode ser feita em Portugal`" e que o "processo tem de parar".
"Essa verba serve para encerrar os centros ou para fusões. É completamente inaceitável que, neste país, se gaste dinheiro não para fazer ciência mas para encerrar centros de investigação".
A responsável alertou que a avaliação "em curso da Fundação Ciência e Tecnologia (FCT)" já determinou o encerramento de "metade dos centros de investigação" nacionais, "uns porque ficam sem financiamento" e "outros porque ficam com tão pouco que o seu funcionamento e impossível". Catarina Martins nota ainda que "este sistema de avaliação impede o financiamento privado", colocando por isso em risco entidades suportadas pelo setor empresarial.
Para a coordenadora do BE, esta avaliação da FCT apresenta "três problemas". Desde logo porque "a comunidade científica não a reconhece", mas também porque é "subserviente às grandes universidades europeias", ao considerar "que Portugal não deve ter investigação em setores fundamentais". "Retira possibilidades de futuro e soberania ao nosso pais", avisa a bloquista, notando que as consequências da apreciação se prolongam "até 2020".
Os responsáveis da instituição recordam que o CLUP foi fundado há 38 anos por Óscar Lopes, que é "a única unidade de investigação exclusivamente dedicada à Linguística no Norte de Portugal" e que tem uma "biblioteca especializada" de "valor ímpar".
A petição contra o encerramento do Centro em 2015, devido ao corte do financiamento de 50 mil euros anuais justificado pela avaliação da FCT, conta a esta data com a assinatura de cerca de 3.500 pessoas.