O projeto da linha de alta e muito alta tensão (200/400 kV) Carrapatelo - Vila Pouca de Aguiar, da responsabilidade da Rede Elétrica Nacional (REN), visa transportar energia das centrais de Gouvães, Daivões e Alto Tâmega, centrais inseridas no Plano Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidrolelétrico e a cargo da empresa Iberdrola.
A implantação da nova linha de 70 km, suportada por 177 estruturas metálicas, tem suscitado indignação entre as populações das 22 freguesias e seis concelhos afetados – Amarante, Cabeceiras de Basto, Cinfães, Marco de Canaveses, Mondim de Basto e Ribeira de Pena. Em causa estarão impactes negativos causados pela linha elétrica na saúde das populações, na paisagem e no território.
Ontem, segunda-feira, uma comitiva do Bloco de Esquerda de Amarante e a deputada eleita pelo círculo do Porto visitaram a freguesia de Olo, em Amarante. A delegação encontrou-se com representantes da junta de freguesia, com dirigentes da Associação Amar Olo e residentes para avaliar no local os impactes ambientais que a linha de muito alta tensão irá causar à população, que segundo o projeto passará muito perto do centro da aldeia.
Os habitantes de Olo reivindicam um outro traçado, longe do centro de aldeia e que passa em zona de baldio e reduzindo a exposição humana a campos elétricos e eletromagnéticos derivados de linhas, de instalações ou de equipamentos de alta tensão (AT) e muito alta tensão (MAT), exigindo a salvaguarda da saúde pública. E essa alternativa mostra-se possível, tivera a população sido auscultada em 2010 e novamente em 2018 após a mais recente alteração do traçado que coloca a linha ainda mais próximo das populações.
Lembramos, que o Bloco de Esquerda, em julho deste ano questionou o ministério do Ambiente e da Ação Climática sobre este projeto de alta e muito tensão e voltará a levar esta questão à Assembleia da República na defesa do interesse público.
O Bloco de Esquerda está solidário com as populações afetadas por esta linha e manterá a intervenção na Assembleia da República e levará também esta questão à Câmara Municipal de Amarante para esclarecimentos e pela definição de uma proposta mais favorável a quem vive próximo destes locais.
Este é mais um exemplo de que quanto mais cedo as populações são ouvidas, mais rápido se antecipam os problemas. Neste caso foi tarde, mas ainda não é tarde demais e a Câmara Municipal de Amarante tem de passar a interceder em nome da população e não de interesses privados. Ainda vai a tempo.